Escritora de redes sociais

Talvez já tenha mencionado em algum post anterior que estou em crise com minha tese. Isso tem alguns meses e faz parte do processo doloroso e ridículo (são esses adjetivos escolhidos agora, depois eu espero poder utilizar palavras mais positivas) que é passar por um doutorado. Procurando me reencontrar, resolvi ler um livro chamado "Carta de uma orientadora" da autora e pesquisadora Débora Diniz e me surpreendi com algo que ela falou.

Numa tentativa de ao mesmo tempo diminuir as expectativas das orientandas e massagear nosso ego, ela disse que nos imagina como "escritoras de redes sociais". E aí minha mente obviamente foi para um lado totalmente inexplicável (talvez por Freud), mas eu me imaginei sim como uma escritora de redes sociais infelizmente ou felizmente. Com os anos, fui aperfeiçoando essa habilidade e também fugindo dela. Devo ter atingido algum tipo de auge no ano passado, mas nos tempos de crise eu apaguei todos os meus posts. Hoje, só tenho coisas que escrevi há 8 meses, todo o resto eu apaguei.

Eis que num momento de ócio nessas férias, resolvi fazer uma curadoria dos meus posts pra ver se eu sou mesmo uma "escritora de redes sociais". Selecionei posts com mais curtidas ou que ninguém curtiu, mas eu gostei. 

E aí?! Posso ser escritora? Ou estou mais para pessoa que escreve umas doideiras irônicas e metida a engraçadinha? Cada um com seus problemas. O fato é que nem lembrava mesmo de ter escrito muitas dessas coisas e foi interessante perceber como a escrita das redes sociais é efêmera, muito mais do que num blog. São recortes de dias, momentos, coisas que passaram por nossa cabeça e, sabe-se lá porque, resolvemos compartilhar.

Já que esses posts sumiram muito rápido de timeline, vou eternizá-los aqui. Resolvi tirar o print sem as datas porque não acho que seja importante para entender nenhum deles. 

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Esse post é um rascunho que fiz durante as férias. Hoje, já no final de fevereiro e sem ter voltado para as redes sociais, sinto cada vez menos vontade de voltar. Sinceramente, minha cabeça está mais leve, não tenho mais o impulso constante de olhar para o celular. Também não amanheço mais o dia já enchendo o cérebro de estímulos. Sinto falta apenas das amizades que tenho pelas redes. Entretanto, se colocar numa balança, no momento estou preferindo ficar no meu cantinho. Além das redes, deletei os joguinhos e atualmente meu celular tem aplicativos de habit e mood trackers, além do forest para o foco e dos apps de fitness. E é isso.