Tirei esse mês de janeiro para morar na minha mente. Tem sido uma experiência terrÃvel. Uma das maiores sick jokes do corpo humano é acumular cansaço, mas não acumular descanso.
O blog tem sido minha maneira de tirar as tralhas (pensamentos) da minha casa (cérebro). Escrevi vários posts e guardei tudo nos rascunhos para publicar quando tiver coragem. Mudei o layout do blog porque as imagens imensas estavam me incomodando há um tempo. Também adicionei vários links aos blogs amigos e tentei visitar e comentar nos posts de todo mundo.
Sinto que meus posts aqui têm sido ultimamente crises e mais crises existenciais comigo focando apenas nos horrores da humanidade. Eu sempre fui muito sensÃvel aos acontecimentos do mundo. Na virada do ano de 2018 para 2019 eu tive uma crise de choro intensa porque previa os horrores proporcionados pelo então presidente e sua (fa)milÃcia. Na madrugada do dia 19 para 20 de janeiro de 2025 (quando o atual presidente dos EUA assumiu o cargo) tive vários pesadelos intensos e venho tendo desde então. Eu realmente não creio que a humanidade vá sobreviver à ascensão da extrema-direita. As sequelas que eles vão deixar serão muito grandes. Entretanto, espero estar errada.
Apesar das notÃcias me fazerem mal, eu não consigo me desvencilhar delas por completo. Vivo neste tempo e sou afetada por tudo o que está ao meu redor. Desde o barulho dos vizinhos que me despertam da (difÃcil de alcançar) concentração, até as palavras e imagens relatando algo terrÃvel que aconteceu em alguma parte do paÃs. Cada vez mais tenho a sensação de que não há nenhuma maneira de ser saudável neste mundo pós-capitalista e apocalÃptico. Novamente, espero estar errada.
Talvez meu único consolo esteja na certeza da morte. Já tive muito medo dela. Hoje, vejo a morte como uma esperança de liberdade, de deixar o peso do corpo material, parar de acumular coisas, não me importar em como sou vista pelas pessoas. Estarei neste mundo até quando me permitirem, mas estou ansiosa pelo além-matéria.
5 Comentários
"Talvez meu único consolo esteja na certeza da morte". Eu dei uma gargalhada gostosa, não sei se de desespero, me pegou desprevenida, apesar de concordar contigo exatamente nisso. Muito dificil ser uma juventude esperançosa num cenário desses, só resta desligar a tv e sair do twitter, viver no mundo dos blogs escrevendo besteira. To gostando de acompanhar seus posts de devaneios.
ResponderExcluir~saca, eu acho que cheguei o fundo do posso do pessimismo já, talvez em partes realista, mas algo que me ajuda a continuar é estar consciente de que a resistência ainda existe, o mal não está vencendo, eu vejo isso quando acompanho incontáveis pessoas incrÃveis fazendo diferenças reais, e inúmeras outras acompanhando, apoiando e mesmo que distante e passivas, espalhando boas ideias e reflexões. eu penso no fim também, disso eu nem tenho o que dizer... >>pra mim<< o que me mantém mais aqui do que lá, é saber que eu posso plantar boas sementes também, sempre tem alguém olhando e se inspirando em ti
ResponderExcluireu me imagino meio niilista, mas no sentido de "a vida não faz sentido e nada importa :D"
ResponderExcluirOlá! Espero que esse comentário te encontre bem. ^^
ResponderExcluirMe identifiquei: Eu sempre fui muito sensÃvel aos acontecimentos do mundo.
É por isso que evito notÃcias a todo custo. Sei que muitas pessoas poderão/irão criticar, mas não me importo... A gente precisa encontrar alguma forma de viver e ter um pouco de paz e essa foi a minha.
Não se cobre tanto, visse?
Um abraço!
PS: esse ponto-cruz é TOTALMENTE FABULOSO! hahahaha
eu também sou sensÃvel ao que acontece no mundo e com alguma frequência indesejável, meu sentimento de impotência perante todas essas coisas vai parar no divã. recentemente, tive a experiência de estar absurdamente bem, dar play em um podcast de notÃcias que gosto de ouvir e me perceber ansiosa com poucos minutos de programa. desde então não tenho o ouvido mais. me sinto mal por não estar atualizada, mas ainda não encontrei a dose certa para não afundar.
ResponderExcluirdifÃcil, minha amiga. mas a gente vai aproveitando as pequenas alegrias da vida adulta no caminho (como uma tapioca fresquinha. na feira) 🫂♥️
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