Livros de 2024 - Parte 2
Eu sou um tipo de leitora que gosta de se aventurar por diversos gêneros e autores. Leio o que meu coração mandar. Esse ano me arrisquei demais e gostei de tudo o que li. No segundo semestre minhas leituras foram mais curtas, livros finos de pessoas que escrevem sem muitos arrodeios. Eis os meus preferidos:
Sylvia Plath - The Bell Jar
O livro que mais me fez chorar de todos os livros que já li em minha vida. Foi minha segunda tentativa, pois, na primeira, precisei abandonar por gatilho de suicídio. Recomendo que só leia se estiver com o psicológico bom. Sylvia escreve sobre as crises profundas que podemos ter durante a vida. As escolhas terríveis que somos obrigadas a fazer e como isso pode ser paralisante e desesperador.
Han Kang - A Vegetariana
Apenas impactante. O livro me tocou especialmente porque sou vegetariana e tenho essa escolha questionada frequentemente de formas mais rudes ou disfarçadas de curiosidade apenas. É uma obra que pode ser analisada por diferentes perspectivas, por exemplo, o fato de sabermos a história do ponto de vista do marido, do cunhado e depois da irmã da vegetariana, mas nunca dela, me fez pensar como essa narrativa é sobre a reação das pessoas a algo fora do comum. Esse incomum incomoda tanto as pessoas que seguem as normas sociais (existem outras questões além do vegetarianismo no livro) e elas não conseguem ir além da própria visão quadrada "tradicional". Esse livro é uma obra de arte maravilhosa e eu recomendo fortemente a todo mundo.
Tatiana Salem Levy - Melhor não contar
Acho praticamente impossível que alguma mulher não consiga se identificar com alguns trechos do livro de Tatiana. Ela começa falando sobre como somos incentivadas a escrever diários desde crianças, mas eles devem permanecer secretos. Por que esses nossos pensamentos secretos não podem ser compartilhados com ninguém? Seriam simples relatos de segredinhos de menina? Ou uma sensação de repulsa pelos olhares e falas nojentas de um tio assediador sobre o qual a família não tomará providência nenhuma? E será que aquele boy maravilhoso e envolvente não vai se revelar cedo ou tarde um feministo que só estava te ouvindo para te comer? Infelizmente eu tenho pouquíssima esperança de que algum homem vá ler esse livro (ou qualquer livro de autoras mulheres abertamente feministas), mas fica a dica.
Édouard Louis - Lutas e metamorfoses de uma mulher
Talvez sendo um homem o autor, os homens leitores se interessem por tentar compreender a jornada de uma mulher que durante seus anos de juventude viveu relacionamentos abusivos. De repente, Monique consegue sua liberdade e finalmente vive como ela mesma sempre sonhou. Contado do ponto de vista de seu filho, o próprio Édouard, o livro narra essa jornada de uma mulher por sua cura. Gostei bastante e já comprei outro livro do autor para ler em breve.
Todos os outros livros que li eu também recomendo (exceto A pedra da loucura, pois não me agradou a forma pedante do autor abordar seja lá o que for que ele quis abordar), mas não estou com vontade de escrever sobre eles. :)
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