Fiz um flow de yoga chamado “heart opener”, ou seja, exercícios para alongar as costas, os ombros e o peito. O professor, no entanto, aproveitou as pausas nas posições para fazer um mini discurso dizendo como é bom “abrir o coração” para as coisas e as pessoas. E aí eu, como boa overthinker, comecei a lembrar de como esse negócio de abrir meu coração e deixar as pessoas entrarem em minha vida deu mais ruim do que bom de um ano para cá. Pensei em quem fez meu coração doer. Lembrei que também feri o coração de quem me quer bem - e nem consigo compreender como posso dizer “quer bem” porque o certo deveria ser “queria bem”, já que nem eu ia me querer bem depois do que eu fiz, mas para minha sorte o verbo está no presente. E ainda abri meu coração mais um pouquinho recentemente, mas deve ter sido um último suspiro cardíaco. Não tenho mais condições de deixar ninguém entrar no meu coração por enquanto. Não tenho mesmo. Estou cansada e a cicatrização de um coração requer repouso absoluto, mesmo para os corações metafóricos.

Terminei a yoga em posição fetal chorando no meio da sala e vou ter que passar um pano no tapete pra enxugar as lágrimas. Às vezes é assim mesmo.

“Em inglês moderno, friend, amigo, do inglês antigo freond, do verbo freon, amar”. (Desonra, J.M. Coetzee, p. 118)

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Acho engraçado como eu consigo deixar alguns posts no rascunho sem saber muito bem como terminar as ideias ou se estão bons. Somente tempos depois eu releio alguma coisa, lembro de algo que vi e edito até conseguir publicar.  

3 Comentários

  1. Isso traz muita cura e libertação. Mas, por vezes, é muito difícil abrirmos o coração para as pessoas.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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