Foto de uma garotinha de 4 anos e um bebê, os dois sorrindo com seus brinquedos

O amor tem estado nos meus pensamentos esses dias. Algo relacionado à lua em gêmeos (não a minha, minha lua é em leão, mas onde a lua estaria localizada astrologicamente nesses dias) ou a mercúrio não sei em qual signo. Eu nunca acreditei cem por cento em horóscopo. Minha relação é mais de sugestão, um indicativo de alguma explicação para qualquer coisa individual ou coletiva. Enfim, voltando ao tema, dia desses ouvi num podcast algo sobre "a linguagem do amor" e fico impressionada como as pessoas inventam termos para explicar tudo hoje em dia. Bem resumidamente, seria a forma de expressar e receber amor e cada pessoa faz isso de maneiras diferentes. Aparentemente, dizer "eu te amo" não significa mais nada e outras coisas fazem mais sentido para como cada um entende ser amado e demonstra amar.

E sobre a minha "linguagem do amor"? Eu nunca fui de demonstrar sentimentos mais profundos. Talvez quando criança. Lembro quando meu avô faleceu e eu, aos 6 anos, entendi que minha avó estava triste e eu voluntariamente passei algumas semanas morando com ela. Eu a confortava, dizendo "vovô está bem" e dando abraços nela. Aos 6 anos, no entanto, meu lado espiritual era bem mais aguçado e me permitiam agir sem influências de traumas, por exemplo. Aí eu fui crescendo e não tive muitas chances de demonstrar amor, não do jeito que demonstrei a minha avó.

A forma como fui criada talvez tenha me levado a acreditar que eu era a vilã da história. Não havia nada que eu fizesse para aceitarem meu amor. Ser bem comportada não era amor, era obrigação. Eu às vezes gostava de dar abraços nas pessoas, mas aí meu irmão não me deixava tocar nele (sim, se eu encostasse um dedo nele, recebia tapas, mas eu estava errada por querer tocar nele, porque ele não queria). Tenho outras imagens de castigos e outras coisas envolvendo meus pais, mas não vou entrar nesse assunto porque não quero. É doloroso e, como as crianças são educadas através de crenças populares e achismos, eu nem culpo inteiramente ninguém por isso.

Enquanto escrevo, meus cachorros chegaram e se deitaram perto de mim. Pato agora está com a cabeça no meu colo. É engraçado como é tão mais fácil sentir amor de animais e de crianças. Nós, adultos, apegado à matéria, perdendo gradualmente a capacidade de abstrair, talvez tenhamos uma tendência a associar atos de amor a coisas materiais. "Ele me trouxe um lanche do mercado", isso é amor. "Ele comprou um anel pra mim", isso é amor. "Ela me deu um livro", isso é amor. Não sei, talvez seja.

Eu sei exatamente como demonstro amor. Eu me abro pra pessoa. Eu conto todos os passos do meu dia. Eu ligo pra pessoa que amo no meio do engarrafamento pra dizer que vi algo interessante. Eu quero saber também tudo o que a pessoa fez. (não tudo, tudo, há limites, a individualidade deve ser preservada). Eu mando fotos de coisinhas, um lanche bonito, uma flor, o cachorro fazendo gracinhas, um trecho de livro. Eu gosto de receber fotos de coisinhas também. Eu gosto de sentar no fim do dia e conversar sobre como foi o dia. Eu mostro uma música nova, um trecho engraçado de uma série e eu fico olhando a pessoa reagir pra saber se ela gostou também. Meu amor é assim.

Pra mim, parece que a pessoa se importa comigo e me ama dessa forma, quando presta atenção a essas coisinhas. É assim que eu amo e me sinto amada. Não sei se isso é certo ou errado de acordo com a especialista do podcast. Também não sei se é assim como as vilãs devem amar. Talvez seja, já que eu amo assim. Eu não posso obrigar ninguém a me amar do jeito que eu gosto de receber amor e fico pensando se é por isso que algumas relações (de amor, de amizade) não dão certo. As pessoas amam diferente e não conseguem compreender o amor da outra pessoa? Também não sei. Esse post está me trazendo mais dúvidas do que respostas, então vou parar por aqui.

1 Comentários

  1. Acredito que cada um tenha uma forma de amar e de demonstrar amor e isso está tudo certo.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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