Estrada
Na maior parte do tempo eu me sinto pequena em relação ao mundo e à quantidade de coisas que existem. Já quando vou à casa dos meus pais eu me sinto estranhamente grande. Parece que a mesa, as cadeiras e todos os móveis foram diminuindo depois de tantos anos sem morar lá. Tudo diferente. O tom de voz diferente. As cores das paredes.
Alguns dias eu preciso acordar cedinho para pegar a estrada antes das 6 horas da manhã. Nesses dias eu queria ter tempo para fotografar todas as pequenas coisas que percebo pelo caminho. Não sei muito bem explicar o motivo, mas tudo me parece mais poético de manhã cedo. A gota de chuva da árvore que caiu no meu dedo quando abri o portão. Os raios de sol aparecendo entre as árvores na estrada. As cores do céu que vão mudando a cada curva.
Na volta para casa, em apenas um dia na semana, eu acompanho o sol se pondo pelo caminho. Consigo ver apenas a sombra de aviões aterrissando e decolando, pretos, em contraste com os laranjas, amarelos, azuis e brancos do céu. E aí, mais do que observar as coisas concretas, penso em tudo o que poderia ter acontecido e nunca vai acontecer. Não gosto de escrever quando estou na minha fase "dark" porque o que era para ser uma bela poesia, acaba se tornando tristeza e lamentações. As duas coisas fazem parte da vida e nem sempre eu consigo deixá-las dentro de mim.
2 Comentários
O bom é a gente expor nossos sentimentos e limitações. Quando a gente libera esses sentimentos, temos uma vida muito mais saudável.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Tristezas e lamentações também são poéticas. Carlos Drummond de Andrade que o diga!
ResponderExcluirEu acho importante refletir sobre os espaços em que cabemos ou não. É doido pensar como essas coisas mudam enquanto a gente transita por aí.
Um beijo,
Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
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