Minha mão segurando uma flor branca de manacá
Minha mão segurando uma flor do Manacá do meu jardim

Hoje* foi um dia difícil para uma pessoa tentando se livrar no vício em redes sociais. Tive uma dor de cabeça tão forte na madrugada anterior que precisei levantar para tomar remédio. O sono foi estranho, o sonho foi semi-consciente, mas não vem ao caso. Consegui tomar café da manhã e liguei o computador para fazer as coisas. Eu sempre ouço música quando estou trabalhando ou estudando em casa e, do nada, resolvi ver se meu last.fm estava conectado direito ao meu spotify. Lá no site, minha mão me levou aos amigos que sigo e cliquei num deles. Para minha surpresa, e meu choro quase instantâneo, vi que ele estava ouvindo as músicas que eu tinha recomendado que ele escutasse. Meu amigo querido ouviu tudo e, pelos números na tela, tinha sido havia apenas 14 horas.

Quando apagamos ou deixamos de usar as redes as coisas ruins vão embora e as coisas boas também. É um pouco óbvio, mas às vezes o óbvio precisa ser dito. Eu sei que passei dos meus limites pelas redes, isso é algo já bem claro para mim e não é sobre isso que quero falar. Hoje, o fato de saber que, em algum lugar do mundo, um amigo sentiu minha falta, lembrou-se de coisas que conversamos e passou horas ouvindo música, mexeu comigo e isso voltou em ondas para minha mente durante o dia inteiro e me fez chorar (não é novidade pra ninguém que sou chorona e emocionada). Eu tenho certeza de que o portal entre nossas mentes foi aberto e conseguimos transmitir nossas saudades um do outro pelas ondas do espírito.

E eu continuo com dor de cabeça, não estou nem conseguindo ser tão poética neste post quanto gostaria. Enfim, eu acredito que nessas "redes" de pessoas existem conexões sendo feitas que vão além da nossa compreensão. Mesmo que a gente apague tudo, tente sumir por uns tempos, aquelas palavras trocadas já existiram, já estão soltas no espaço e nas memórias. E o tempo é memória emocional. Cada um sente de uma forma e, quando pessoas sentem de forma parecida, aí não tem jeito. Não tem como escapar. O tempo vai passando devagar até que elas possam se encontrar novamente.

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*Eu sempre salvo os posts como rascunho e programo sua publicação para alguns dias (meses? anos?) depois pra ver como me sinto, se me arrependo de algo, ou edito algumas coisas. Logo, esse "hoje" não é exatamente hoje.

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