Escrevendo aqui um lembrete para mim mesma porque às vezes esqueço como o nosso inconsciente é estruturado como uma linguagem. Como somos atravessados pelo outro, pelo discurso do outro. A linguagem do outro aparece nas coisas que falamos. O outro que castra. O outro que alimenta nossos desejos. O que nos leva a fazer coisas que não sabíamos que queríamos fazer. Emergimos. Sucumbimos. Nós somos para as outras pessoas apenas fragmentos de nós mesmos, até aquelas com quem convivemos diariamente. Ninguém nunca vai saber quem você é cem por cento, é impossível. Um texto não conta tudo o que aconteceu. Uma conversa joga as palavras ao vento. Um post não diz tudo. Uma mensagem é só um pedaço. Vamos deixando e tirando pedacinhos nossos e dos outros pelo caminho. Tudo virando memória e ficando no passado, mas as memórias também são fragmentos. E assim os pedacinhos vão se colando e descolando e formando esses monstros do doutor Frankenstein que somos. Incompreendidos, tentando ser amados, vagando pelos mundos reais e virtuais. Até desaparecer completamente.

1 Comentários

  1. Muito legal essa reflexão. Incrível como as pessoas mudam e também como a gente pode descobrir capacidades e habilidades que antes desconhecíamos.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 21 de agosto à 14 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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