Derretimento do meu cérebro em palavras

Abro o aplicativo, fecho o aplicativo. Fico online, ouço uma música, fico offline. Falta apenas uma hora para a minha aula e eu não tenho confiança nenhuma sobre o assunto que vou abordar e minha mente só consegue pensar e pensar sem parar. E se eu mandar uma mensagem lá no grupo, e se eu der minha opinião sobre o que estão falando. Afinal, também fui vítima lá de alguma coisa. Não tenho mais vontade. Não consigo ler todas as mensagens. Talvez não me importe mais. Só talvez ainda me importe com algumas pessoas que foram legais comigo lá, mas nem todas elas ligam pra mim, então, o que eu posso fazer né. Fecho o aplicativo. Faço um lanche.

Quarenta minutos para a minha aula e ainda preciso colocar umas imagens no slide. Fecho o blog.

Tomo um gole de café, como meu sanduíche. Se a gente ficar com os braços esticados na horizontal, tal qual o homem vitruviano de da vinci, a distância entre nossos braços é igual à nossa altura. Nós cabemos num quadrado. Também se traçarmos um círculo com um compasso gigante do nosso umbigo em volta do nosso corpo, também caberemos perfeitamente dentro deste círculo. Preciso ler o resto do material, mas me distraí aqui escrevendo coisas. Me distraí cantando músicas de Travis. Fazia tanto tempo que não ouvia Travis. É uma banda que me deixa triste e feliz ao mesmo tempo. Dedinhos nervosos digitando muito. Será que eu mando uma mensagem antes da aula? Não vou mandar. Vou ler o resto do material e volto.

Consegui ler mais umas dez páginas em cinco minutos. Meu cérebro funcionando a 100km/h e digitando 50 mil palavras por minuto para conseguir tirar os pensamentos da minha cabeça. Acho que vou quebrar a tecla de espaço do meu teclado de tanto que estou digitando. Digitando com força pra ver se as palavras saem com mais impacto. Não saem. Só estão contribuindo para o fim do meu computador que é iminente, pois eu instalei tantos aplicativos nos últimos dias que eu nem sei se ele vai sobreviver até o final do semestre. Porém, eu sou hiperbólica assim mesmo. Eu exagero. Exagero tudo, as coisas, as aulas, os acontecimentos da minha vida, meus sentimentos, minha importância na vida das pessoas e tudo extremamente para mais ou para menos. Insignificante como um grão de areia ou extremamente importante como a lua movimentando as marés. Não sei como essas metáforas saíram da minha cabeça inclusive. Precisa ver como estou agora, os olhos fixos na tela, nas palavras aparecendo na tela como se fossem meus pensamentos sendo impressos um a um a medida em que ocorrem, mas sei que isso é impossível porque não conseguimos digitar tão rápido quanto os nossos pensamentos. Preciso diminuir o ritmo ou vou colapsar. Depois dessa aula eu vou colapsar com certeza. Porém, como tudo o que eu faço, eu consigo fazer as coisas no final e faço até bem e as pessoas nem imaginam pelo que minha cabeça passa antes das coisas acontecerem. Mas é isso mesmo. Pensar, pensar muito sempre foi meu problema e minha solução. Agora vou fechar esse rascunho e não sei se terei coragem de publicar meus pensamentos assim de forma tão crua, saindo, escorridos do meu cérebro e da minha alma.