Stream of consciousness
"Foque em si mesmo e não se perca em outras pessoas" |
Cabeça vazia, oficina do "e se eu trocasse o layout do meu blog mais uma vez?". Pois bem, numa tarde de procrastinação dos trabalhos de um curso que estou fazendo, resolvi fazer isso. Primeiro, porque não queria analisar um poema de Yeats sobre a volta de Jesus em forma de leão com cabeça de homem. Segundo, porque a falta de imagens na tela inicial estava me incomodando profundamente. Eu sempre gosto que as imagens dos meus posts apareçam logo, pois, assim, as pessoas podem decidir se vão clicar ou não. Números de visitas e cliques não me importam, eu gosto quando as pessoas comentam, deixam uma palavra amiga - mesmo eu não conseguindo fazer isso nos blogs dos meus amigos com a frequência que eu gostaria. Bom, fim dos pensamentos sobre o blog.
É assim que nossa cabeça funciona? A gente pode decretar o "fim dos pensamentos" sobre tal assunto? Não sei, provavelmente não. E aí que eu estava lendo sobre stream of consciousness, que é o modo como Virginia Woolf e James Joyce escreviam, ou seja, simplesmente deixar os pensamentos das personagens rolarem como uma corrente enquanto ao mesmo tempo narram os eventos e, olha, negócio difícil de acompanhar. Se a pessoa precisar colocar o livro de lado para ler depois, é muito mais fácil esquecer e perder o fio da meada e ter que voltar umas páginas para retomar os pensamentos. E é um entra e sai na cabeça do povo, depois na cena, aí vem uma memória e é tudo meio caótico.
James Joyce eu simplesmente abri o livro, li um pouco, depois a professora do curso mandou ir para o último capítulo de Ulysses e eu só pensei, "não, hoje não, satanás" e fechei o livro. Me contentei com as análises alheias da passagem. Virginia Woolf eu ainda consigo acompanhar, mas estou há uns quinze dias tentando terminar Mrs. Dalloway e, apesar de gostar dos pensamentos de gente branca, rica e inglesa da personagem principal, eu estou fazendo isso de forma lenta e tranquila, anotando uma coisa ou outra nas páginas - adoro as canetas apagáveis.
Essa técnica de escrita muito me intriga e me faz lembrar de uma blogueira que eu acompanhava lá por volta de 2005, não lembro bem - hoje em dia ela virou anti-vacina seguidora do inominável presidente e eu dei unfollow porque não sou obrigada - mas ela escrevia de um modo que parecia que o leitor estava dentro da cabeça dela. E tudo isso alternando com fotos da casa dela, das tatuagens, de festas, letras de música e era tudo muito caótico naquele blog. E eu a achava muito ícone, mas seguia com meu blog com templates by marina de bichinhos fofos.
E essa foi minha tentativa de esvaziar minha mente em texto. Sem muito sucesso, creio eu, visto que ainda tem um monte de coisa aqui dentro. Infelizmente não podemos - nem devemos - postar todos os nossos pensamentos online.
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