Criaturinha
De repente percebi que não venho aqui há muito tempo. O último post foi em novembro do ano passado, mas tenho um rascunho salvo em fevereiro (muito tosco, por sinal, nunca será postado). Tenho muitos rascunhos do 100 Baby Challenge também, mas nem sei se vale a pena postar aqui, já que não terminei o desafio e nem tenho mais tempo de jogar The Sims.
Eu fico pensando se tem algo relevante na minha vida que valha a pena ser transformado em post. A vida adulta é só aborrecimento e os momentos bons são tão raros que eu prefiro vivê-los na hora em que estão acontecendo. Também não sinto que sou uma pessoa interessante o suficiente para dividir minha vida com quem quer que seja. Admiro a coragem de quem faz stories de tudo, quem consegue transformar o próprio dia em conteúdo, mas não é pra mim.
O blog é um lugar onde gosto de aparecer de vez em quando pra botar a cabeça no lugar. Dizem que quando a gente escreve as coisas que estão ocupando nossa mente, isso pode gerar um alívio. Aquele pensamento agora está do lado de fora, num papel, concretamente, deixou de ser apenas ideia e voou, está no nosso controle agora. Pra mim, isso acontece de forma mais prática quando escrevo listas de coisas que preciso resolver num dia, mas também pode funcionar para sentimentos.
Infelizmente, isso só faz aliviar um pouco a carga mental. O cansaço físico, a tontura, a fadiga crônica de fazer tudo, esses, não vão embora no papel. Eles ficam ali, impedindo o resto da vida de acontecer e a gente tem que viver apesar deles. Uma eterna luta. Não dá nem pra fazer poesia com isso. A vida já é o poema épico trágico infinito onde o herói é o sistema. Eu sou a criaturinha que morre afogada depois de tentar se esconder no navio do herói e ser chutada pro alto mar. Nós só saberemos se vencemos quando morrermos e nem disso podemos ter certeza.
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