Duzentos e dezesseis dias de isolamento social

Os dias parecem iguais. Tenho mantido um diário bobo sobre as coisas que fiz em cada dia para poder lembrar destes tempos quando tudo isso for passado. Nele, conto os dias de isolamento. Mesmo com as "autoridades sanitárias" dizendo que está seguro fazer diversas atividades "seguindo os protocolos", tenho seguido firme em casa, só saindo para o supermercado, padaria e farmácia. O único lugar onde me arrisco é na sementeira, porque se eu for ficar doente, que seja comprando flores e plantas. O resto da minha família já desistiu e, bom, não posso amarrar ninguém em casa.

O EAD está acabando com minha alegria de ensinar. Tenho pouquíssimo apoio dos meus colegas e tem gente que não vejo desde o último dia de escolas abertas. A falta de controle e a frustração causados pelas aulas online são as piores coisas para mim. Também tem a escassez de recursos para o professor, nunca precisei usar tanto a minha criatividade. Pelo menos quando tudo vai mal eu posso desligar a câmera e abraçar meus cachorros.

Resolvi voltar a escrever no blog. Na mesma semana, vi mais de uma pessoa dizendo que os blogs precisam retornar. Ninguém aguenta mais ler threads imensas no twitter com as letrinhas minúsculas. Então, por que não escrever tudo neste meio antigo, mas útil de comunicação? Quem sabe não convencemos o google a ressuscitar o google reader? Posso estar sendo idealista demais, mas depois deste ano, acredito que qualquer coisa pode acontecer.