La professeur
No meio do ano fiz um curso intensivo de francês. Resolvi assim, do nada, só porque queria aprender uma coisa nova e sabia que iria gostar. Apesar do cansaço de ter 3 horas de aula de segunda a quinta, nas férias e à noite, me diverti bastante com a turma e a professora, que eram ótimos. Julia, notre professeur, era da minha idade e me identifiquei bastante com ela, pois também sou professora de turmas iniciantes de adultos, mas em inglês. Deu para entender como meus alunos se sentem ao aprender uma língua totalmente nova, do zero.
O curso terminou e, para os estágios seguintes, minha turma continuou junta e com Julia. Eu, porém, precisei mudar de horário e entrei num grupo pela manhã. Primeiro me senti meio excluída do grupo, pois não pude ir à primeira aula e não pude conhecer meus colegas direito. Depois, a professora é completamente diferente de Julia, não trás fichas, não faz exercícios em dupla, fala mais que os alunos e perde muito tempo conversando besteira. Para sintetizar, parece que ela não se preocupa em preparar uma aula, justamente por ser uma professora mais experiente, só abre o livro e sai falando.
Gostaria de dizer que os alunos percebem quando a professora não se preocupa em preparar uma aula digna. Julia trazia exercícios diferentes dos do livro, conversava besteira na hora de conversar besteira, dava dicas de sites na internet. A outra, abre o livro, fala, fala, fala, fala, copia uma palavra ou outra no quadro e faz perguntas diretamente a cada aluno, sem deixá-los interagir. É difícil ter motivação assim.
Aliás, tenho certeza que ela nem sabe minha idade, minha profissão e porque eu quero aprender francês. Isso, pra mim, é o mínimo que um professor deveria saber sobre cada aluno. É preciso conhecê-los um pouco e adaptar sua aula às necessidades deles, não à sua conveniência. Os alunos precisam sentir-se queridos, acolhidos pelo professor, e, principalmente, num ambiente em que se sintam à vontade para exercitar a linguagem, pois dá uma vergonha danada e é dificílimo falar uma língua nova no início. O começo é tudo no aprendizado e o professor é o maior responsável por aumentar a motivação dos alunos. Saber muito não é suficiente, é preciso também ter cuidado e tornar cada turma especial, mostrar que se preocupa, pois os alunos percebem tudo.
2 Comentários
Na faculdade eu tenho uma professora de Latim que é bem assim como a tua nova professora. E o pior é que depois ela cobra a pronúncia das palavras, sendo que ela nem ensinou como!
ResponderExcluirOs alunos sofrem com isso, viu?
Beijo!
Faz tempo que quero aprender francês! Mas por enquanto ficarei só na vontade...
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