Mais sobre a coragem
Eu jogo no lado seguro. São onze horas da noite e me deu uma vontade imensa de ver um filme qualquer que tenho em casa mesmo. Porém, amanhã levanto às seis da manhã. Não consigo dormir pouco, fico cansada. É nessas horas que vejo como sou uma bostinha. Pessoa que não arrisca, que não faz tudo o que quer na hora que quer. Não consigo nem me deixar levar pelo momento. Nem me divirto tanto quanto gostaria. (Se é que eu sei o que é se divertir).
Alguns dos poucos atos de liberdade aos quais minha mente presa me permitiu: gazear uma aula de um curso para ir ao cinema sozinha num shopping bem longe que era pra não ter perigo de ser flagrada; comprar uma máquina sem consultar meus pais; sair de casa no susto, pegar o primeiro ônibus num sábado a tarde e parar no centro da cidade para comprar bobagens e voltar de ônibus.
Nunca saí de casa pra comprar um desodorante no mercado da esquina. Nunca me levantei para tomar um sorvete na sorveteria da esquina. Nunca fui voluntariamente pedir informações em algum lugar sobre alguma coisa. É, nunca mesmo.
Fico aqui, sentada, vendo o tempo passar, as pessoas andarem na rua, sem fazer nada. Trabalho, casa, faculdade, namorado, shopping. Não que eu não goste, isso não tem nada a ver com o tema abordado aqui.
Mais uma vez, digo: não tenho coragem! Se tivesse, não estaria escrevendo essas besteiras aqui.
Alguns dos poucos atos de liberdade aos quais minha mente presa me permitiu: gazear uma aula de um curso para ir ao cinema sozinha num shopping bem longe que era pra não ter perigo de ser flagrada; comprar uma máquina sem consultar meus pais; sair de casa no susto, pegar o primeiro ônibus num sábado a tarde e parar no centro da cidade para comprar bobagens e voltar de ônibus.
Nunca saí de casa pra comprar um desodorante no mercado da esquina. Nunca me levantei para tomar um sorvete na sorveteria da esquina. Nunca fui voluntariamente pedir informações em algum lugar sobre alguma coisa. É, nunca mesmo.
Fico aqui, sentada, vendo o tempo passar, as pessoas andarem na rua, sem fazer nada. Trabalho, casa, faculdade, namorado, shopping. Não que eu não goste, isso não tem nada a ver com o tema abordado aqui.
Mais uma vez, digo: não tenho coragem! Se tivesse, não estaria escrevendo essas besteiras aqui.
4 Comentários
É, Uaba. Não tem muito no que eu possa te ajudar. Tenho 20 anos e nunca bebi cerveja na vida. Na verdade sou uma pessoa não-alcóolica que dorme cedo e cujas felicidades habitam numa saidinha pro cinema ou uma partida de banco imobiliário. Quer dizer.
ResponderExcluirTer coragem é difícil. Mas eu não me acho tão molenga assim. Quando eu quero algo, de fato, eu vou lá e faço. Talvez você não saiba se quer mesmo certas coisas e, por isso, não se arrisca.
Sei lá.
Não acho que se arriscar por se arriscar seja válido.
Beijinhos!
Escrever sobre os que pensamos e sentimos já é um grande ato de coragem, acho eu. Viver sempre arriscando, no limite do perdoável, não é sempre uma boa idéia ou algo inteligente de se fazer...
ResponderExcluirAcho que existe uma coragem em se escrever isso o que você postou. Principalmente porque vivemos num mundo em que as pessoas são forçadas a serem extrovertidas, divertidas, participativas, tudo isso. Prefiro a natiuralidade da sua constatação. =)
ResponderExcluirÉ um exercício esse negócio de arriscar. Ainda sou da opinião de que não se mexe em time que ta ganhando, mas tem horas que tudo perde a graça, que vira comodismo ou sei lá.
ResponderExcluirTe mexe.
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