Defesa
Quando se tem 3 anos de idade é preciso aprender não só a se defender dos irmãos, como também dos coleguinhas do maternal. E esses, sim, são os mais perigosos.
Em toda turminha sempre tem aquela menina mais frágil, menorzinha, toda sensível. Normalmente ela não faz mal a ninguém, mas fazem muito mal a ela. Cecília era exatamente assim. A inocência da menina era absurda, não fazia mal a uma formiguinha, aliás, queria até coletar todas as formigas do parque e levá-las para casa num potinho e alimentá-las com açúcar.
Uma certa garotinha, porém, percebeu a fragilidade de Cecília e foi pertubá-la. Todos os dias dava um empurrão na menina e ía embora só depois de dar uma boa olhada na outra sentada no chão, com o nariz vermelho de choro. Assim aconteceu por vários dias, não se sabe ao certo.
Aí sempre vem a salvadora, a mãe - porque hoje em dia não se pode contar com a ajuda das babás de colégio, são todas loucas. Ela chegou mais cedo na hora da saída e ficou, de longe, observando a filha brincar com os amiguinhos. Foi quando aconteceu o ato de rotina para Cecília e sua colega malvada. A mãe ficou arrasada, mas precisava fazer alguma coisa que surtisse mais efeito que ir lá e arrancar a cabeça daquela pirralha sem coração com um machado. Respirou fundo e foi para casa.
A primeira coisa que fez ao chegar foi perguntar a Cecília sobre aquela que a empurrou. A menina disse que era normal. Era a hora de explicar e fazer o que precisava ser feito:
- Não é normal, minha filha. Você tem que se defender. Amanhã, se você voltar da escola e eu souber que você não deu um empurrão nessa menina, você vai ficar de castigo!
Claro que a mãe ficou de coração partido, mas precisava ensinar isso. Era seu papel.
No outro dia, na saída, a coordenadora da escola veio falar com a mãe de Cecília e disse:
- Mas Cecília está tão agressiva, ela não era assim. Hoje deu um empurrão na coleguinha.
Querendo sorrir, mas mantendo a pose, a mãe falou:
- É verdade? Mas não tem problema, ela só está aprendendo a se defender.
E foi embora de mãos dadas com a filha.
Para comemorar - e tirar um pouco da culpa da mãe, coitada - Cecília ganhou uma boneca nova e nunca mais apanhou de ninguém na escola.
05/30
Em toda turminha sempre tem aquela menina mais frágil, menorzinha, toda sensível. Normalmente ela não faz mal a ninguém, mas fazem muito mal a ela. Cecília era exatamente assim. A inocência da menina era absurda, não fazia mal a uma formiguinha, aliás, queria até coletar todas as formigas do parque e levá-las para casa num potinho e alimentá-las com açúcar.
Uma certa garotinha, porém, percebeu a fragilidade de Cecília e foi pertubá-la. Todos os dias dava um empurrão na menina e ía embora só depois de dar uma boa olhada na outra sentada no chão, com o nariz vermelho de choro. Assim aconteceu por vários dias, não se sabe ao certo.
Aí sempre vem a salvadora, a mãe - porque hoje em dia não se pode contar com a ajuda das babás de colégio, são todas loucas. Ela chegou mais cedo na hora da saída e ficou, de longe, observando a filha brincar com os amiguinhos. Foi quando aconteceu o ato de rotina para Cecília e sua colega malvada. A mãe ficou arrasada, mas precisava fazer alguma coisa que surtisse mais efeito que ir lá e arrancar a cabeça daquela pirralha sem coração com um machado. Respirou fundo e foi para casa.
A primeira coisa que fez ao chegar foi perguntar a Cecília sobre aquela que a empurrou. A menina disse que era normal. Era a hora de explicar e fazer o que precisava ser feito:
- Não é normal, minha filha. Você tem que se defender. Amanhã, se você voltar da escola e eu souber que você não deu um empurrão nessa menina, você vai ficar de castigo!
Claro que a mãe ficou de coração partido, mas precisava ensinar isso. Era seu papel.
No outro dia, na saída, a coordenadora da escola veio falar com a mãe de Cecília e disse:
- Mas Cecília está tão agressiva, ela não era assim. Hoje deu um empurrão na coleguinha.
Querendo sorrir, mas mantendo a pose, a mãe falou:
- É verdade? Mas não tem problema, ela só está aprendendo a se defender.
E foi embora de mãos dadas com a filha.
Para comemorar - e tirar um pouco da culpa da mãe, coitada - Cecília ganhou uma boneca nova e nunca mais apanhou de ninguém na escola.
05/30
4 Comentários
Ai olha, eu tenho adorado esses posts (que tem essa numeração abaixo #/30) na verdade, gosto de todos, mas esses tem chamado mais minha atenção, vou continuar acompanhando. Achei maior fofinho esse, o pior é que é bem verdade isso, super me identifiquei!
ResponderExcluirAdoro o seu blog.
passei pra avisar que fechei o poucogenial.blogspot.com, estou nesse novo endereço.
beijos Uaba.
Lembro que minha avó me ensinou a defender, sempre falou para eu não comprar briga, mas também para ninguém me fazer de boba.
ResponderExcluirFico feliz por Cecília!
=D
Beijos, Flor.
Adorei, nossa super é verdade, sempre tem a menininha que não faz mal a ninguém e sofre... fods.
ResponderExcluirAdorei o texto.
Bem feito pra menina malvado ehhhhh \o/
beijos
obrigada pelo comentário fofíssimo que deixou lá no laughing :D AMEYYYYY
Como eu gosto de todas as suas postagens, não posso deixar de comentar em nenhuma (:
ResponderExcluirEu lembro que, quando estava na escolinha, meu primo foi um dia me olhar porque eu tinha um "coleguinha" que vivia me enchendo. Hehehe!
Beijo.
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