Suzana e o Parque

O dia de ir ao Parque de Diversões era o mais feliz das férias de Suzana. Sempre ia com os primos que vinham visitá-la de uma cidadezinha do interior. Ela se divertia muito com duas coisas: a alegria dos primos matutos ao verem a cidade grande e nos brinquedos de ficar de cabeça para baixo. Apenas um dos seus cinco primos gostava de acompanhá-la nessas aventuras - ainda bem, pois não sabia se conseguiria ir sozinha.

Logo que chegava no parque, Suzana corria para a montanha russa para fazer o aquecimento. Claro que ela jogava os braços pro alto e gritava feito louca. Depois, corria para um brinquedo que balança, ia para um que roda, outro que chacoalhava e um outro que rodava e chacoalhava. Os de ficar de cabeça para baixo ela sempre deixava para logo antes do lanche, pois tinha medo de vomitar.

A hora do lanche marcava o meio do dia. Todos os primos espalhados se reuniam na praça de alimentação e escolhiam a comida. Cada um comprava o seu e, em menos de meia hora já estavam de volta pelo parque, escolhendo a próxima atração. Suzana sempre gostava de ir no trem fantasma depois do lanche, apesar de achar meio bobo, levava uns sustos engraçados. Depois, ia para a roda gigante, perto da hora do sol se pôr.

Suzana sabia mesmo como aproveitar um Parque de Diversões. Não aguentava ver aquelas crianças que choravam, vomitavam e tinham medo. Achava todos uns bestas. Para ir a um lugar daqueles, a pessoa tinha que saber exatamente a melhor hora de ir a tal brinquedo, e ela era boa nisso. O bate-bate e o que molhava todo mundo só era pra ir no final, porque tinha menos gente nos carrinhos e a toalha estava esperando por ela no carro, junto com um saco plástico para colocar os tênis e as meias molhadas.

A última coisa a fazer, para fechar o dia e ainda levar uma lembrança, ficava para a meia hora antes do parque fechar. Suzana comprava fichas e ganhava prêmios nos jogos de pescar, atirar no palhaço e nas argolas. Nisso ela era meio ruim, mas sempre conseguia ganhar uma bola, nunca um ursinho de pelúcia.

E assim terminava o melhor dia das férias de Suzana. Um dia para deixar os medos pra lá, sem esquecer para onde ir e procurando ver a vida de cabeça para baixo.